
Lá chegámos a 2007. Lembro-me de ser uma meta absolutamente mítica, atingir o sec. XXI . E agora aí vai ele, em bom ritmo. Nesta época, aparece sempre quem faça previsões, algumas tão óbvias que qualquer de nós as poderia fazer, outras tão fantasiosas que, por vezes, até se realizam… Não é a vida uma caixa de surpresas? Ou será uma caixa de chocolates, como dizia aquela personagem de um filme que eu teimo em não gostar, quando toda a gente adorou?
Hoje também me apetece fazer previsões. Sem cartas nem bola de cristal, isso já “era”…
Comecemos pelo mundo. Prevejo que as guerras vão continuar em 2007 e provavelmente outras surgirão. Afinal, continua a existir uma forte indústria de armamento… Logo, não será em 2007 que a situação no Médio Oriente estabilizará. Não será em 2007 que o terrorismo (nas suas diversas formas) terá um fim. E não será em 2007, blá, blá, blá….
Prevejo que as alterações climáticas continuarão a fazer-se sentir. Não me parece que os países mais poluidores estejam interessados em tentar reverter a situação. Assim, lá virão as inundações, o calor e o frio intenso fora de época, etc. etc…Até um destes dias.
Prevejo que a miséria continuará a existir, as crianças a morrer de fome, uma enorme fatia da população mundial a ser explorada, maltratada, abusada. E por aí fora, apesar dos muitos movimentos e iniciativas de solidariedade aos quais eu adiro sempre. Se ingenuidade enriquecesse, eu já seria milionária.
E agora, Portugal, este país à beira-mar plantado. Não me parece que o deficit se equilibre em 2007. E, sendo este o assunto que determina toda a política do governo, prevejo que vamos continuar a ter mais do mesmo. Quem gosta, fica feliz. Eu, funcionária pública e portanto acusada e considerada culpada de todos os males deste país, que mais posso dizer? Que espero, em 2007, continuar a ter trabalho e não ter que ir parar a quilómetros do local onde vivo. E mais nada, até porque o meu dom de previsão não chega para tanto. Ou talvez… posso, pelo menos, desejar que o “emagrecimento” de muitos não se faça à custa da “engorda” de alguns.
Imagino que as previsões não agradem. Vá lá, mesmo assim, desejo a todos um Ano Bom, em 2007. Porque há coisas que se podem ter fora deste cenário. Saúde e amor, por exemplo. Que sejam abundantes para todos!
Foto by Michael Kenna