Não penso
Procuro
Percorro às avessas
O tempo obscuro
Envolvo o corpo
Nas pregas tecidas
De antigos minutos
Deslizo num túnel
De horas sofridas
Não paro
Recuo
Caminho na borda
Do sentir revolto
Da espiral inversa
E volto
Ao verso primeiro
À palavra solta
No espaço contido
Do eu verdadeiro.
Procuro
Percorro às avessas
O tempo obscuro
Envolvo o corpo
Nas pregas tecidas
De antigos minutos
Deslizo num túnel
De horas sofridas
Não paro
Recuo
Caminho na borda
Do sentir revolto
Da espiral inversa
E volto
Ao verso primeiro
À palavra solta
No espaço contido
Do eu verdadeiro.
21 comentários:
Ora eu faria minhas as tuas palavras...beijinhos.
QUERIDA AMIGA, SUBLIME POEMA... VOTOS DE BOM DOMINGO... ABRAÇOS DE CARINHO,
FERNANDINHA
Vale a pena tentar...
Porque estava a água tão azul ?
Abriu os braços e deixou-se ir. O fundo do oceano chamava-a, num murmúrio silencioso que mais ninguém, para além dela própria, ouvia. Talvez fosse só o rebentar das ondas nos recifes de coral, à superfície; ou o rolar das conchas no fundo de areia, empurradas pela corrente. Ou talvez não fosse nada.
Um silêncio imenso, azul, tomou-lhe o corpo, enquanto se afundava devagar, contemplando a superfície luminosa das águas a afastar-se, cada vez mais distante, mais distante...
Era uma forma de partir, tal como outra qualquer.
Era uma forma de desistir, de renunciar ao sofrimento, de dizer basta à doença, de aceitar... que nem sempre se pode vencer.
Soltou as últimas bolhas de ar que ainda conservava consigo e ficou a vê-las subir, rumo à superfície... enquanto ela se afundava mais e mais, para uma água cada vez mais azul, rumo à escuridão.
O médico dissera-lhe: mais seis meses... talvez um ano, se tiver sorte...
Não era justo.
Tanta coisa ainda por fazer... tantos projectos inacabados... tantos sonhos por cumprir... e uma doença, seis meses de vida, talvez um ano? Se tivesse sorte?
Não era justo.
Mas a vida não tinha que ser forçosamente justa, pensou. Sentira as primeiras dores no mês anterior, e depressa compreendeu o que a esperava, nos tempos seguintes.
As dores repetiram-se, aumentaram de intensidade. O médico também a avisara disso. O próximo passo seria a cirurgia, a amputação, e depois... nem ela sabia o que seria o depois.
A falta de ar apertou-lhe o peito.
À sua volta, um bando de peixes coloridos parecia intrigado, pela presença daquele corpo inerte, afundando-se vagarosamente no oceano.
A vista turvou-se, misturando formas e cores numa aguarela confusa.
Deixou-se ir.
Algo a tocou. Abriu os olhos.
O que era aquilo?
Uma tartaruga? Nunca estivera assim tão perto de uma...
Passou-lhe a mão pela carapaça, lisa e escorregadia. Ela devolveu-lhe o gesto, debicando-lhe o braço frio. Só então reparou, quando a viu afastar-se.
O pobre animal já sofrera no corpo a investida de algum caçador, faltava-lhe um dos membros inferiores. Nadava desajeitada, em sucessivas curvas, mais devagar do que seria normal... mas mesmo assim, sobrevivera, e ainda continuava viva, nadando...
Ficou a vê-la afastar-se, rodeada por um séquito de pequenos peixes, como se de uma autêntica corte se tratasse.
Contemplou novamente a superfície esbranquiçada das águas, cada vez mais longínqua.
Valeria a pena?
Não sabia.
Sabia simplesmente que... tinha que tentar.
Abriu os braços e apontou à superfície. Podia já não ter ar suficiente... mas valia a pena tentar...
entre palavras e vida,
o poço
e o túnel
a per co r rer
beijo
~
o percurso inverso como espiral de novos percursos. sempre...
belíssimo.
beijo
Belo... belíssimo!!!
Beijinhos de boa semana!
www.maisvital.com
o tempo todos os dias ate que nos canse ou consuma...
esse teu poema fez-me lembrar a hipnose.
belo poema
beijos
Por vezes é preciso mesmo voltar ao ponto de partida...
Bjins
também me acontece isto...
Que bonito :)
Beijos
Pelo sonho é que vamos
Sempre
Bonito poema.
Tenha uma boa semana.
Um espiral de palavras, de sentires, de vida...
Um beijito.
Tanto sentir em ti!
um bjo minha querida
(...)Caminho na borda
Do sentir revolto
Da espiral inversa
E volto
......
Lindo, lindo este teu poema, revejo-me nela em cada palavra que fazem parte dele...
Um beijo de carinho!
Grande remodelação. Embelezada no azul que te diz, também, a ti e nos fala da tua sensibilidade e delicadeza.
Beijinhos.
É fundamental reinventarmo-nos. Boa semana!
um bjo
andas numa de self, território agreste do self?
beijinho
Belíssimo o poema!!
Adorei o blog!
Visite o meu tambpem http://crispalavras2009.blogspot.com
Cris.
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