domingo, novembro 12, 2006

Domingo




O sol da manhã entra pela janela, como se o mundo lá fora chamasse por mim. Hoje é um dia como qualquer outro, apenas mais um domingo no constante fluir do tempo. Não gosto muito de domingos. São estranhos dias parados, interrupções forçadas que nos deixam tempo de sobra para pensar. O sábado é preenchido, é o excitante início do fim-de-semana. O domingo traz-nos melancólicas manhãs e tardes sem fim. Mesmo que mil ocupações as preencham. O domingo é uma espécie de Natal dividido pelo ano. Tal como o Natal, tem algumas coisas de que gosto e muitas que me fazem sentir desconfortável.
Na verdade, não sei bem o que estou a fazer aqui, agarrada ao PC. Vou seguir o sol e caminhar até ao mar. No azul imenso, afogo as minhas interrogações de Domingo. E vem sempre uma qualquer resposta, nem que seja a certeza de que toda aquela água estará ali, para mim. Sempre? No sempre limitado das nossas vidas.

29 comentários:

Frioleiras disse...

A vida ... não deve ser pensada... deve ser vivida ...
No mar ou em casa, na cidade ou à beira mar ... em qlq parte viver e sorver... se a saúde é razoável, se houver família, se houver amigos, se houver dinheiro sufu«iciente para se viver um dia a dia sem exigências... O que falta ? Nada, apenas a exigência e insatisfação do ser humano a limitam !...........

Nina Owls disse...

...que o tempo não existe se o transcenderes. que existem momentos parados quando ( e pego no que diz frioleiras: apenas a exigência e insatisfação do ser humano o limitam) não temos o sinal que pedimos ao all mighty, a luz que nos faz falta mesmo quando o momento é dia. Mas o mar faz sem dúvida melhor que qualquer pc. Mas que o pc faz falta quando não há hipótese de mar. pois, os tempos que vamos vivendo à margem do essencial...acho q estou como tu, insatisfeita

Teresa Durães disse...

eu pensava assim até que vi que estragava o meu eu. a partir desse dia empurrei o teu domingo apenas para a noite tardia

boa noite

Anónimo disse...

essas impressões que vamos deixando, no papel, no pc... palavras.

essas impressões que vamos deixando na areia da praia, rastros... pedaços de nós.

deixo um abraço fraterno.

Licínia Quitério disse...

Domingo, Natal, são dias em que supostamente se é mais feliz. Ou, pelo contrário, tomam relevo as carências. A felicidade não usa calendário. E às vezes faz de conta que não existe.
Que o mar te tenha recompensado.

João JR disse...

Olá Vida..:)
Tem graça sinto-me um pouco assim como tu em relação a este post!
Deixo-te com um beijo de 2ª feira que ainda é pior que domingo:(
Sim porque.. ninguém gosta das 2ªs feiras não é?!
Um abraço,

sotavento disse...

Olha, eu, como penso que sei que o mar está sempre ali (estará?), fui confirmar que as barragens estavam compostinhas!... ;)

Melga do Porto disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
mfc disse...

Não gosto do Domingo... não me consigo libertar que no dia seguinte já é segunda feira!

Menina Marota disse...

Ao ler o teu texto, interrogo-me também...o que estou eu a fazer aqui agarrada ao pc, como se não houvesse Vida lá fora...o sol quente que me chama, o mar aqui tão perto, mas por vezes é lá fora que sinto mais a solidão... aqui sempre "converso" com as palavras...

Beijo e boa semana ;)

Diafragma disse...

Perturbador este teu post.
Percebo-o mas.

Cris disse...

Em que sentido estará o mar à tua espera? Eu tb não gosto de Domingos.....

Aos domingos durmo a sesta!!!! ou vou ver o mar ou a leziria.... sei do que falas!

Bjkas

Cris

Lmatta disse...

esta lindo
beijos

saltimbanco disse...

...e no sempre insondável do Tempo.


Gosto dessa comparação entre o natal e os domingos. Só que eu não gosto de ambos.

:)

Fran Rebelatto disse...

Se tens um mar a tua espera, então caminhe, eu me resguardo longe dele, talvez por isso meus desassossegos, mas cá estou para ali estar...

Uma ótima semana pra ti, e molhes os pés para mim também...beijos

JPD disse...

Transparece uma certa divisão entre o langor e a preguiça que um domingo pode proporcionar e uma certa nostalgia pelas compras de Natal, o papel de fantasia e a emoção de tentar adivinhar o prazer que os outros experimentarão por receber e dar prendas...Será.
No entanto, o sol e o azul do mar combinam com tanta perfeição!
Bjs

Jonas Prochownik disse...

Sempre um encanto de texto !
Seu blog mudou de côr ?
Estámuito bonito.
Beijos
Kristal

Estranha pessoa esta disse...

Sinto o que escreves.
Claro que não da mesma forma que tu.
Porque o sentimento é teu.
Mas, sinto eu à minha maneira.
E que maneira estranha esta de sentirmos tantos 'Domingos' a passar... e nós no vidro!

Parte o Vidro.
Salta.
Voa.
Nada.

Um abraço grande e desassossegado para ti **

Impensamental disse...

Não contorno, esfacela o dito, respeitável juntamente de uma atónita que empeçou....bom dia

PAULO SANTOS disse...

O mar vislumbra-se de muitas formas....
De muitos tons e cheiros...

Um beijo

Paulo

Anónimo disse...

No mar cabem todos os rios. Por isso lhe gosto de ouvir o som. Sobretudo no inverno.

:)

beijo

Pitanga Doce disse...

...e eu que pensava ser a única com sentimentos estranhos quanto aos domingos. Tenho até um texto antigo, bem mais "carregado" que o teu em que falo que os domingos foram feitos para os namorados e as crianças. O resto, espera só ele acabar. Mas já tive domingos muito felizes, há muito tempo.

beijos e olha, as manias estão lá.

Anónimo disse...

Domingos que aguçam a lucidez...

gostei muito. também do poema no pst anterior.

Joker disse...

"..no sempre limitado das nossas vidas!"

Gostei muito desta frase...e a foto é bastante repousante, parece tirada num fim de tarde de verão!

Cheers

Unknown disse...

Ele há dias-não e dias-sim mesmo ao Domingo(s) e a mim...
;-))
Beijo.

JP disse...

Water get no enemy...


_______-


Feeling blue wit all this family?

Anónimo disse...

O MAR nunca será para te abandonares nele..

A melhor resposta, está sempre dentro de nós..viver..

intruso
(sou mesmo um intruso desconhecido)

Anónimo disse...

" O domingo é uma espécie de Natal dividido pelo ano."


bolas!.... isso mesmo!

APC disse...

Domingos que nos fazem sentir mínguos e um certo dó. Depois passa, e deles ficam as palavras que escrevemos; e o resto é o que vivemos! Gostei. E do poema a seguir também. Cheguei tardia, mas...