
Comecemos com a palavra distância. Juntemos-lhe inevitável:
- A distância é inevitável
Uma frase a pôr na minha lista negra. Digamos que inevitável é a morte, o resto tem a ver com a nossa vontade, o nosso arbítrio.
E se agarrarmos a palavra vida e juntarmos assim:
- A vida é assim
A lista negra aumentou. A vida só é assim (seja lá assim o que for) se quisermos que o seja.
E depois vamos compor qualquer coisa:
- Tudo se comporá.
Desta vez a lista transborda. Compor só mesmo se significar criar. Remediar, pôr paninhos quentes, suavizar o que dilacera, isso não!
É desta forma que a lista negra de palavras e frases feitas se vai enchendo e me põe com aquela “telha” que me faz repetir vezes e vezes as minhas músicas de “curtir fossa”. Tenho uma, de eleição, que repito vezes sem fim até que outras palavras me ajudem a construir uma contra-lista (esta palavra não existe, mas fica bem aqui). É o adágio de Albinoni. Fica aqui a tocar, hoje. Porque já encontrei outras palavras para uma lista… azul, só pode ser!
Esperança que vai bem com construir:
- A esperança constrói o futuro.
Amor que deve rimar com alegria (não, com dor não!):
- O amor é a alegria da vida.
E ficamos por aqui hoje que, de frases feitas, negras ou azuis, estamos conversados. Restam uns reflexos de mim, como cores esbatidas num espelho de água.
Foto by vida de vidro
[... e vou gozar os meus últimos dias de férias deste ano. Devo voltar lá para o início de Novembro. Beijos, muitos.]