sexta-feira, junho 30, 2006

No vazio




Tudo se crispa por dentro, num enrolar de alma que a leva para um mundo em que nada a pode magoar. Secam as fontes dos olhos, muito abertos, que fixam duramente quem se aproxime. O sorriso perde-se no rictus dos lábios. Fala por monossílabos, como se uma simples frase lhe fosse penosa. Varre para fora do seu mundo tudo o que lhe amoleça o coração. Vozes, gestos, sorrisos. Quer o vazio, o nada, pois só dentro dele se sente imune à dor.




Foto by andreas hering

3 comentários:

M. disse...

Lindo!

Ana P. disse...

Depois de ler alguns dos teus post, este chamou-me á atenção...

Talvez porque quando todos me vêm rir, nem imaginam o esforço que fiz para transformar as lágrimas internas em sorrisos externos.

A dor, seja do que for, sente-se e depois depende de quem a sente, saber lidar com ela.

O vazio, assemelha-se á dor, por vezes a dor é tão latente que não preenche qualquer vazio, mas arrasa-o....

Não me sinto vazia, nem com dor neste momento, mas há momentos que são insuportáveis, e logo eu que sinto tudo tão intensamente....

Gostei que me tivesses visitado. Gostei de te visitar.
Voltarei....

Beijos para ti

Su disse...

gosteiiiiiiii

"Quer o vazio, o nada, pois só dentro dele se sente imune à dor."


jocas maradas