No toque leve dos dedos
Abro a página do poema
Deixado na beira do tempo
Em busca do sentido perdido
Entre linhas de papel antigo
De laços nossos, só palavras soltas
À margem de qualquer realidade
E o som envelhecido de um riso
De mim, o poema que murchou
Na poeira infinita de cada dia
Passo a página alongando no espaço
A carícia dos dedos sobre as palavras
E a luz do sonho entre as linhas
Alumia uma trémula mensagem
Um sopro ligeiro de esperança