se o sol entrar pela vida sem pedir licença, como falarei sem estilhaçar o frágil cristal da memória? por vezes digo “lembras-te”, só porque queria que te lembrasses. sei que se vão apagando os pormenores, os locais já são só aguarelas sem forma. na verdade, as cores escorrem na tela deixando um borrão indecifrável. era eu ou outra de mim? tantas, tantas foram… tantas sou! ainda que não as reconheças. tento não destruir o que ficou gravado nas paredes transparentes que ecoam dentro de mim, sem (me) te ferir. mas ainda não estão maduros os sons simples da verdade. a urgência reside apenas na dúvida da estação certa.
segunda-feira, agosto 10, 2009
domingo, agosto 02, 2009
Palavras estranhas
by Monica Iorio
As palavras custam-me. Empastam-se, enrolam-se nos dedos. Não digo que se prendem na boca. Nunca tentei dizê-las. Param no caminho entre a mente e as mãos que escrevem. O pensamento é demasiado complexo. Existe um poema incompleto que não se sabe dizer. De contradição em contradição procuro a unidade. A impossível unidade. E as palavras doem-me, fogem para alguma parte de mim que não alcanço. Estranhas como sons vazios de sentido. Falas de alguma personagem que inventei mas não conheço.
[De volta, lentamente e procurando as palavras...]
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