sábado, janeiro 30, 2010

a vida, por tortuosas vias

cegos de não querer ver caminhamos no silêncio da casa pesado de augúrios. só os ponteiros do relógio se ouvem. o tempo, a espera. tacteamos os momentos e os risos de ontem. tentamos senti-los reais e palpáveis, possíveis de reviver. sem certezas, já sem espantos nem súplicas. esperamos apenas. um toque, uma voz. uma decisão de vida ou morte. quando a vida se afirma por tortuosas vias, nem o esgar dos lábios disfarça o que morreu. dentro de nós, no fundo dos olhos que se vão abrindo.