terça-feira, junho 22, 2010

Para ser outra


Nos dias em que me imaginam outra, talvez uma flor sem mérito, uma coisa pequena apanhada num chão de terra, me aplanasse o caminho para ser outra. Ou até um sonho, uma fantasia sem brilho, uma magia de circo barato. Seriam muitas as dádivas para essa ideia de ser alguém que por vezes sou, quando não preciso de fingir identidades. Dádivas rasas, humildes. Não preciso de grandiosidade para ser quem sou, ou finjo ser ou apenas aquela que procuro nos olhos que imagino espelho.

segunda-feira, junho 14, 2010

muito de leve

quero partir hoje
sem que os caminhos sintam passos
sobre as pedras paradas
sem um choro de pássaro
não haverá rasto dos pés
nas ervas húmidas da chuva de ontem
quero ir assim muito de leve
muito sem som, sem dó
sem que nada dentro de ti
o anuncie.