
talvez o mundo tivesse caído naquele dia. o seu mundo, pelo menos - não brinques, Filomena, não rias - e porque riria? não havia pessoas eternas, afinal. não, não havia, porque a avó (já bis, já avó do pai) estava lá dentro tapada com o lençol - Filomena, fica no quarto! - mas tinha que espreitar. porque não se mexia? não falava? nem os olhos se prendiam nos dela. húmidos de ternura - não chores minha menina. minha menina - e agora ia ser a menina de quem? tinham pressa que crescesse. dez anos, perdidos entre adultos - Filomena, estás a sonhar? - estava. tanta vez. agora os sonhos esbarravam naquilo. no que julgava não poder acontecer - ai, esta rapariga no que andará a pensar? - em nada, mãe. em nada, pai. só os porquês. os porquês que seguiriam com ela toda a vida. não havia pessoas eternas. também eles. um dia. pai, mãe. e o frio, o susto, a angústia. talvez sim. talvez o mundo tivesse desabado naquele dia.
Da beleza enxuta destas palavras, destes sentimentos.
ResponderEliminarQUERIDA AMIGA, BELA PROSA... BELEZA SEM FIM... SIMPLESMENTE SUBLIME!!!
ResponderEliminarAMIGA, BOM FIM DE SEMANA, BEIJINHOS DE CARINHO,
FERNANDINHA
QUERIDA AMIGA, BELA PROSA... BELEZA SEM FIM... SIMPLESMENTE SUBLIME!!!
ResponderEliminarAMIGA, BOM FIM DE SEMANA, BEIJINHOS DE CARINHO,
FERNANDINHA
Perdas que se colam a nós eternamente.
ResponderEliminarGostei muito desta prosa sentida.
Talvez aquele dia fosse o dia das respostas aos grandes porquês...
ResponderEliminarA menina, a rapariga, a mulher teria que vivenciar aquele dia, ainda que o mundo desabasse de uma só vez...
Escreves muito bem mas isso já sabias.Realmente há dias em que mundo desaba.
ResponderEliminarbjo
tens o dom de me fazer arrepiar
ResponderEliminarFantástico modo de descrever o momento. Não o conseguiria dizer assim. Belo! Muitos beijos e um bom domingo, Alice.
ResponderEliminarhá sempre um dia em que o mundo desaba sobre nós.
ResponderEliminarbostei parabéns
ResponderEliminarbeijos
bela foto
Belo texto, numa bela imagem...
ResponderEliminarMais um belo trabalho neste belo blog.
Bjs e uma boa semana para si,
Nuno
Seria bom se, ao falarmos com uma pessoa fechassemos os olhos,
ResponderEliminarassim teriam somente o sentimento, que se eterniza em nossas lembranças
e não nos apegariamos a imagem que se desgasta ao tempo.
Uma ótima semana em sol Maior!
Bjs
carago! como doi dias a desabarem assim, sei bem o que são perdas e desenganos! E por mais que tenha perdido, nunca me habituei...e os que desabaram os meus dias, nunca os deixei realmente partir.
ResponderEliminarPodemos não reparar... mas todos os dias o mundo desaba um pouquinho em cima de nós... mas felizmente, existe sempre um raio de sol para tentar compensar isso...
ResponderEliminarMas à s vezes, parece que o mundo inteiro desaba.
Sem um porquê.
Sem explicação.
E, nesses dias, até o sol nos parece cinzento e chuvoso.
Nada é eterno. Hoje sei *
ResponderEliminarA tristeza em belas palavras...
ResponderEliminarUm belissimo texto, que sugere um olhar sobre uma vivência marcada por circunstâncias tão comuns e que nem sempre reflectimos sobre elas...
ResponderEliminarEm todo o caso, iremos perguntar sempre porquê, até ao último instante da nossa existência...
Um beijo!
E a vida é feita por vezes destas perdas , que deixam o seu buraco em nós...
ResponderEliminarLindo o teu post.
Fico aguardando o teu tempo....
Jhs mil
Que pungente descrição de um primeiro encontro com a morte, com a perda. Tudo a preto e branco e cinzintos tristes, como a foto que te ilustra...
ResponderEliminardeu vontade de me cobrir. beijos.
ResponderEliminarBelo texto...que forma tão fantastica de escrever...
ResponderEliminarbeijinhos
Tens o dom de me fazer voltar.
ResponderEliminarBela prosa.
Bjs
E não é por acaso que os nossos "porquês" dariam um livro inteiro. Ou mais!
ResponderEliminarUm beijo!
Sempre os porquês. Apenas.
ResponderEliminarBelíssimo.
um beijo
falando de perdas que se perdem
ResponderEliminararrastando as asas
moribundas,
beijo
~
Dias de partidas que nos despedaçam.
ResponderEliminarPorque terá que ser assim?
Beijinhos.
dias dentro dos dias,
ResponderEliminarpre sen tes
no poço
onde
a água
viajou
*
Também as papoilas sãp breves
ResponderEliminarmas resistem
e renascem
silvestres
Dias em que alguém parte... são dias que jamais se esquecem...
ResponderEliminarBeijinho
A dor da perda é inigualável. Assim como o é a beleza da tua escrita.
ResponderEliminarBeijos