domingo, novembro 23, 2008

As tuas mãos



by Xavier Baglin

E sempre as tuas mãos. Sacrário de silêncio onde celebrava o misticismo do amor. Unguento sobre a pele. Pelo toque me davas o pão do teu corpo. A água que o sincelo da minha alma gerava, matava-me a sede. Naquele eremitério feito de horas isoladas procurávamos a infinitude improvável. Precisávamos urdir uma rede fina, preciosidade de protecção contra a auto comiseração e a aleivosia dos outros. Talvez a malha fosse larga demais. Por ela fugiu tudo o que ritualizava o amor e, por fim, até as tuas mãos.


[Este é um dos textos que escrevi para o 8º Jogo das 12 palavras. Publico-o aqui, hoje, também como uma forma de celebrar o lançamento, no sábado, do Livro "22 Olhares sobre 12 palavras". Podem ver a reportagem aqui, aqui e aqui (obrigada, Nina.)]

33 comentários:

  1. Gostei muito deste jogo, onde as mãos re realçam...

    Beijitos

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  2. Amei, adorei, magnífico!
    Vc escreve muito bem, admiro.
    Um carinho...bjs

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  3. Alice, gosto honestamente dos teus textos presentes no livro.
    Ainda bem que me convidaste. Foi uma excelente compra. Tirei fotos e estão no meu blog, no link das fotos com o nome 22 olhares sobre 12 palavras. Andei ás aranhas com alguns nomes e nicknames mas creio não ter lá erros.
    Beijo e continua a escrever.

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  4. As mãos... elos condutores de palavras que brotam do sentir.
    Belo texto.
    Bj.

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  5. Imensa pena de não ter ido, tanto mais que tinha decidido ir..claro que compro o livro, mas perco a visão da emoção aquando autógrafos..

    abraço

    intruso

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  6. Uma escolha despojada e forte onde a beleza rima com sabedoria.

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  7. Um texto excelente, como todos os que escreveste nos outros jogos e no livro!! Gosto imenso. Muitos beijos.

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  8. como água para chocolate

    ( derre tido




    ~

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  9. As mãos têm um grande poder... para o bem e para o mal.

    Gostei muito de te conhecer :)

    Um grande beijinho

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  10. Um texto muito bonito, muito delicado.

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  11. Muito elegante e poético o teu texto, e a foto é linda e uma excelente ilustração das tuas palavras.Parabéns:))

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  12. as mãos.um celebrar de misticismo de amor. a pele.o toque . as horas isoladas procurando a infinitude o improvável. as maos entranhadas nos sonhos.por entre a polpa da quimera. do veludo das horas. da espuma dos momentos. as maos aguarrando sofrimentos. lascando sensaçoes. as maos.as tuas maos. os dedos.as unhas. como brilhavam as unhas cravadas na alma. na vida.nas veias da estrada. o teu corpo nu.

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  13. Belo texto sobre a "orografia" do corpo, das emoções.
    Bjs

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  14. BELISSIMO...

    enorme a magia das mãos...

    beijo

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  15. É um acróstico salteado. Admiro a sua habilidade e paciência em escrever um texto tão integrado às doze palavras.
    Jamais teria esta disposição, a impaciência não me permitiria. ;)
    Um beijo!

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  16. Gostei e desejo sucesso.
    Neste Dia contra a Violência de Género, desejo paz interior e com a vida.
    Tudo de bom.

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  17. Acho este teu texto belíssimo. E aquelas mãos! Que fotografia!

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  18. Como sempre , magnifico jogo de palavras :)
    Beijito.

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  19. Fizeste um magnífico texto com as 12 palavras.
    Parabéns.
    Beijinhos.

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  20. gOSTAMOS MUITO DAQUI!!!ÓTIMA POSTAGEM!!!!
    OBRIGADA PELA VISITA!!

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  21. Aqui te deixo o gosto bom de te ter (finalmente) (re)conhecido.
    Rosa-sorriso.
    Como as palavras, as imagens, fluentes e vítreas.
    Bjinho

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  22. e pelas mãos, o sentido de tudo :)

    adorei!

    beijos carinhosos.

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  23. são as [tuas] mãos que mais sentem a harmonia das obras do Criador.

    Obrigado
    Vicente

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  24. Venha conhecer os meus tios.

    Muito obrigada pela atenção.

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  25. São as mãos que mais me atraiem quando observo alguém pela primeira vez!

    Belíssimo texto!
    És um malabarista de palavras!

    Um beijinho

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  26. porque a infinitude é sempre improvàvel?!

    e esta frase está a dar-me que pensar

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  27. As mãos de certo modo tb ão espelho alma...parabéns pelo livro... amei o texto...muito bem escrito...uma leveza bem especial.

    :)

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  28. errata: as mãos tb são de crto modo o espelho da alma...

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  29. Vidro sempre de primeira água. Algo assim que me faz lembrar as melhores tradições da Marinha Grande... ;-)

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