domingo, setembro 23, 2007

Vestígio ténue




Escuto os sons da casa
Murmúrios
Retidos nas dobras do tempo
Já a voz não ilumina
As sombras que se deitam nas paredes
Paira um vestígio ténue
Dos aromas vibrantes de outrora
Talvez esteja em mim
Guardado
Sou eu mais que um sacrário
De lembranças
Que se consome passo a passo
Na senda de duvidosa redenção?

38 comentários:

  1. Um sacrário de lembranças?...

    A memória que sem ela perdemos quem somos - a identidade.

    Um beijo

    PS: Gostei muito do poema.

    ResponderEliminar
  2. Talvés seja mesmo na rendição...há as memorias...

    Doce beijo

    ResponderEliminar
  3. Curioso, veio-me à memória o ruído provocado pela máquina de costura saído da parede..uma vez ouvi a "costureirinha"..:-)

    abraço

    intruso

    ResponderEliminar
  4. ouvem-se os sons passados
    cravados nas memórias
    sentem-se os aromas
    outrora tão vivos
    vêem-se a sombras
    as imagens ténues
    visões
    adivinha-se quem por ali andou
    e vive-se
    um pouco mais
    vive-se
    de novo
    ontem...

    beijinho

    ResponderEliminar
  5. Guardamos tanto e tanto nas dobras do tempo que é nosso. TAO NOSSO. só nosso.
    Um Beijo. Boa Semana.

    ResponderEliminar
  6. um sacrário de futuros sem dúvida...

    lindo

    íssimo

    ResponderEliminar
  7. Vida de Vidro,

    Que bom ter-te de volta. Há algum tempo que não passava por aqui, após o teu anúncio de "intervalo". Depois, comecei a ver-te nos comentários de alguns amigos. Resolvi vir espreitar e valeu a pena! Já percebi que tenho que por a minha leitura, de ti, em dia.

    Um beijo terno e obrigada pelo teu regresso. Fazias-me muita falta!

    ResponderEliminar
  8. será??
    Oo
    esses vestigios que existem dentro de nós são tão reveladores que por vezes, nos assustam..eu acho..!

    por outro lado, tudo seria tão vazio se assim não fossem..
    :)
    boa semana pra vc tbm!!
    namastê x*

    ResponderEliminar
  9. entrei aqui e subitamente estava em casa de minha avó. quantas saudades...

    foi bom.

    ResponderEliminar
  10. Divinal,,,, as lembranças nos trazem o passado com doces momentos de vida presente!!! Gostei muito,,,, HCL

    ResponderEliminar
  11. belos os murmúrios que te habitam. e os aromas que respiras.

    é muito belo quando escreves: "Sou eu mais que um sacrário/
    De lembranças"

    ResponderEliminar
  12. Todas as lembranças ficam guardadas no "nosso tempo". Lembranças do que fomos e do que foi. Lembranças de um passado que não deixará de estar presente.

    Beijinhos
    Boa semana!

    ResponderEliminar
  13. É naquilo que permanece, no vestigio ténue que vamos deixando ao sabor do vento da vida, o rascunho para o futuro.

    ResponderEliminar
  14. "...Sou eu mais que um sacrário
    De lembranças
    Que se consome passo a passo
    Na senda de duvidosa redenção?
    ", lindooooooooo! Parabéns gostei mt deste teu poema. Acrescentaria q somos o resultado das nossas recordações acumuladas, somos uma caixa de lembranças que se vai degradando, até 1 dia...
    Boa semana, bjos***

    ResponderEliminar
  15. talvez apenas o templo onde o tempo recolheu o seu tesouro: a lembrança dos aromas.

    ResponderEliminar
  16. Unha evocadora imaxe de intres moi femininos. As fotos das fiestras sempre amplían horizontes, son maxestuosas, gústanme...

    Unha aperta.
    :)

    ResponderEliminar
  17. Tu existes. E não é ténue o teu vestígio.

    ResponderEliminar
  18. Guardamos as memórias em nichos secretos de amor. São sagradas.. os nossos sacrários...de vida.
    Lindo
    Bj.

    ResponderEliminar
  19. Faz
    -me lembrar a sala onde minha mãe passava bastante tempo.

    ResponderEliminar
  20. Talvez essas lembranças possam ter outro efeito, se nesses sons escutares outros vestígios mais positivos, que constituam alicerces para aventuras mais renovadoras...

    ResponderEliminar
  21. Desde o título do post à fotografia e às palavras, tudo é belíssimo. Parabéns.

    ResponderEliminar
  22. sim...memórias do chão.

    da terra de vidro que pisas...





    beijO

    ResponderEliminar
  23. Quando visitava a casa da minha avó materna, era assim que ficava. A tentar a ouvir o que as paredes me pudessem dizer, sentir os cheiros de quem já não estáva lá.

    Saudades...

    Beijos.

    ResponderEliminar
  24. E são belos estes murmúrios que irrompem de um qualquer silêncio. Como as sombras, que sobressaem das formas. Perdoa-me a minha possível analogia, mas lembrei-me que, nas palavras de Beethoven, a magia da música está no silêncio entre notas. Bem pode assim acontecer com os murmúrios.

    ResponderEliminar
  25. Todos somos um sacrário de relíquias dos passados que temos. Sacrári de onde tiramos bálsamos de boas lembranças e tentamos afastar os fantasmos das más. E vamos assim nesta dictomia vivendo presentes e almejando futuros.
    Como gosto de te ler... :)
    Beijo grande.

    ResponderEliminar
  26. Nossa..que texto e que imagem fantásticos..O passado, os aromas que ficam em nosso olhar, em nossas lembrabças vagas, que tomam intensidades infinitas quando vemos o quanto tudo valeu a pena!!!

    Beijos e te cuida!!!

    ResponderEliminar
  27. "...Sou eu mais que um sacrário
    De lembranças
    Que se consome passo a passo
    Na senda de duvidosa redenção?"

    E , como te entendo! Belo o teu poema.
    Jhs

    ResponderEliminar
  28. Voltei...para te dizer que me tenho perdido no teu outro blog!
    Lindo demais.
    Jinhos

    ResponderEliminar
  29. O que está em nós e para lá de nós.

    ResponderEliminar
  30. às vezes parece que as casas têm uma vida própria...ficam restos de nós, restos dos outros a pairarem...

    ResponderEliminar
  31. A roda deixou de rodar e a agulha susteve o mergulho. O fio de lã soltou-se e caiu-lhe aos pés. Uma ínfima porção de vento encontrou o caminho por baixo da portada e tocou-lhe no colo. Olhava pela janela, mas via para dentro de si. A costura pregava-lhe destas partidas.

    ResponderEliminar