
Não sei se caminhava ou se arrastava os pés como se todo o corpo fosse apenas um peso inútil. Passo a passo, numa lentidão que lhe tornava os dias intermináveis. As lembranças eram longínquas e esbatidas. Via-se apenas adolescente, já olhando as raparigas que saíam da Igreja. Ou talvez menino, correndo naquela calçada, fugindo da mãe. Sentia que a sua caminhada já não era para o futuro. Toda a sua vivência se dirigia agora ao passado. De alguma forma que nunca esperara, caminhava, lentamente, em direcção à infância, cada vez mais perto. Na sua impaciência, ansiava por se aninhar finalmente no doce calor do ventre da mãe.
(Esta semana, no Palavra puxa palavra, o tema foi "Peso")
foi a menina marota quem me disse que este lugar era especial. tenho de lhe agradecer. adorei ler. um grande beijinho.
ResponderEliminarNatural.. a perda de reflexos.. nunca como Ele a perda de vontade, determinação (e, não venham com a necessidade de..).. um pormonor, o braço que sustém as "compras", mais afastado (defendê-las dum provável toque involuntário)..é a sua preocupação do momento..
ResponderEliminarBonito quadro
um abraço
intruso
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarE tem razão o que diz a Alice, ali em cima... este lugar é mesmo especial, de uma pessoa mais especial ainda...
ResponderEliminarPalavras sentidas, de realidades pressentidas...
Um abraço carinhoso e bom domingo ;)
Você escreve com muita sensibilidade e talento !
ResponderEliminarpeso da memória... da experiência retida no baú do tempo.
ResponderEliminarum peso leve.
beijo.
Quem tem em casa pessoas de uma certa idade sabe bem do que falas. É triste mas verdadeiro.
ResponderEliminarbeijos doces
O peso do tempo, da idade, da própria natureza do homem...
ResponderEliminarDeixo-te um beijinho e continuação de um bom fim de semana
chegaremos lá?
ResponderEliminarengraçado como ansiamos tanto pelo futuro.. mas é no passado que acabamos sempre por nos rever... somos o que vivemos... o que sentimos, o que escolhemos ser a cada momento..
gostei da tua maneira de escrever sobre... peso.
beijinhos
É muito aborrecido envelhecer, mas perante a alternativa... :-)
ResponderEliminarMas agora mais a sério, a fotografia é belíssima, num perfeito dueto com a sensibilidade deste teu texto, transparente e delicado como um cristal Swarovski...
O nosso peso..da memoria, do corpo..da vida.
ResponderEliminarHoje por acaso sinto me leve.
Gostei muito.
bjinhos
o peso do tempo, na leveza das memórias...
ResponderEliminar♡ ♥Beijos ♡ ♥Beijos ♡ ♥Beijos
♥Beijos ♡ ♥Beijos ♡ ♥Beijos ♡
♡ ♥Beijos ♡ ♥Beijos ♡
..."Na sua impaciência, ansiava por se aninhar finalmente no doce calor do ventre da mãe."
ResponderEliminarMaravilha...passear no teu blog continuam a ser osmeus momentos predilectos.
Jhs.
É triste e bonito ao mesmo tempo, mas a realidade é assim mesmo, quando a velhice já nos engole e nos sufoca, não deixando espaço nem forças para caminhar, é o desejo premente de voltar a ser bébé, escondido do mundo, no ventre da mãe, protegido ainda pela inocência da realidade
ResponderEliminarBeijinho
Cris
Olá!
ResponderEliminarA vida é uma caminhada, caminhada na qual muitos páram por imposição do peso e caminhada que outros não se deixam parar pelo mesmo peso, nem que seja em pensamentos, eles continuam a andar, seja para tras ou seja para a frente, chama-se a isso força e vontade, quiça força de vontade...
Deixo um beijinho.
Sabes se há coisa que me doi é ver pessoas de idade "derrotadas" e "arrastadas" pelos sacos...
ResponderEliminarEu tenho a imagem maravilhosa de alguém que na altura com 88 anos ainda tinha muito para viver e nunca se deu ao desespero da velhice, lutou, caminhou, exercitou o corpo e a mente até ao seu último Adeus, talvez por isso me choque tanto o desistir...
... e, assim, se cumpre o ciclo!
ResponderEliminarnas "águas matriciais" do ventre se gera o milagre da vida. e se inicia a pulsão da morte... como regresso "às águas profundas"! do nada. ou do todo.
excelente.
esclareço: "ventre materno". sorry
ResponderEliminarVou repetir o que já aqui disseram: este é um lugar muito especial.
ResponderEliminarBeijo
Vim conhecer este "espaço" tão especial__________e de facto é e muito!
ResponderEliminarVoltarei com toda a certeza:)
Beijinhos
Na Vida há sempre um começar e um acabar para voltar a ser! O Ventre da Mãe é o no meu entender o retorno ao Universo infinito de que somos moléculas (in)finitas. Beijinhos
ResponderEliminarTodos caminhamos para lá... e de frente!
ResponderEliminarBonita fotografia.
____8888888888888888888888
ResponderEliminar_____88888888888888888888
_______8888888888888888
_________888888888888
______________**
____####______**______####
___#######____**____#######
____#######___**___#######
_____######__**__######
________#####_**_#####
__________####**####
___________###**###
____________##**##
_____________#**#___________
Deixo uma flor, um sorriso e um beijo
Seco, curto, com força. Gostei, gostei mesmo. Boa noite, bjinho.
ResponderEliminarA insustentável leveza do...peso!
ResponderEliminarBjs
Falei lá mas não resisti aqui, ao poema de vida que fizeste, com a foto e as palavras. Bjinho
ResponderEliminarEste texto fez-me lembrar uma canção dos Enigma "Return to innocence"...
ResponderEliminarO nosso movimento é sempre sair para voltar...
Bjo de cristal
A velhice é uma segunda infância, por isso talvez o peso da vida, puxe as pessoas de volta ao "ventre da mãe"...
ResponderEliminarA idade tem destas coisas.
ResponderEliminarQuanto mais anos vamos vivendo, mais anos temos para recordar. E quem deseja voltar un anos atrás? Não para mudar nada, mas para poder viver novamente esses anos. Com o passar dos anos olhamos para o que já passou...e ainda bem que as recordações ficam...
...que triste realidade:(...
ResponderEliminarMuito bonito o que li, e cheio de sentimento.
Cont. de boa semana.
Jinhossssssss