segunda-feira, janeiro 29, 2007

Vento de ausência




Paira um vento de ausência
na luz velada de cada madrugada.
As manhãs são um manto de gelo
que veste a alma da terra
e há gotas de água que se colam
nas frestas disfarçadas da pele.
Penetram, magoam,
arestas de vidro em cada poro.
Não procuro sol
senão aquele que é o centro de mim
calor de certezas pequenas
finitas
que o meu voo não toca o astro
nem alcança horizontes sem fim.

25 comentários:

  1. "...Paira um vento de ausência
    na luz velada de cada madrugada.
    As manhãs são um manto de gelo
    que veste a alma da terra
    e há gotas de água que se colam
    nas frestas disfarçadas da pele."
    Lindo....
    Jinhos grandes

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  2. Lindo e triste. Como só pode ser um vento de ausência. Um manto de gelo. Ou nevoeiro.

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  3. tambem sinto esse frio... mas tu escreveste melhor...

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  4. "Nâo pruro o sol/ senâo aquele que é o centgro de mín". Bellísimo.
    Él ese Sol que nos ha nacido en la última Navidad. Es Luz y Camino.
    Un fortísimo abrazo.

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  5. “Paira um vento de ausência.
    As manhãs são um manto de gelo”
    Andamos muito ausentes e de demasiadas “coisas”.
    Tão ausentes que nos tornamos indiferentes.
    Porque estamos e continuamos ausentes?
    Porque falta-nos a o “calor de certezas pequenas
    finitas”...
    Bj´s

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  6. Só depois de termos passado pelas madrugadas frias, com o coração engelhado, fechados para nós mesmos, iremos valoriar cada raio de sol que nascerá nas manhãs futuras. Há que pensar que amanhã, talvez haja sol.

    Um beijinho grande (lindo texto)
    Cris

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  7. Que dizer deste "Vento de Ausência" senão que é um grande Poema?... e que tu, Vida de Vidro és, de facto, uma grande Poeta!?

    Gosto de ler-te. Sinto-te (perdoa o excesso de confiança) como se o que leio tivesse sido escrito por mim (embora eu não tivesse sabido escrevê-lo, faço-me entender?).

    Resumindo: identifico-me!

    Um beijo.

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  8. Até porque o tal de astro queima irremediavelmente!... :)

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  9. Para mim, isto é poesia. Puríssima. Um beijo

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  10. Não é só na paisagem do gato que há beleza. Aqui também se fica com a alma cheia dela.

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  11. LINDO! Mas ... tanta ... tanta melancolia! Acho que apesar de tudo existe a centelha quente do TEU Viver! :) Beijinhos muitos e Boa semana

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  12. Excelente o outro blogue. Pena não ter comentários. Boa noite.

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  13. a vida (boa) é feita de coisas pequeninas e finitas, porque um dia acabam mas eternas porque sabemos guardar em belos baus da memória a lembrança delas, a passagem na nossa vida, seja de vidro, de barro ou lavrada de terra. Beijo Alice

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  14. queria so dizer que concordo com o que diz pr. :)

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  15. queria so dizer que concordo com o que diz pr. :)

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  16. Perfeita a apresentação da necessidade e de fazer dela uma busca pessoal incessante: se não encontrarmos em nós o calor e a energia para ultrapassar aversidades resolver-nos-emos como?
    :)

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  17. Tão triste e sentido... poema muito lindo.
    Há que afastar o nevoeiro, o gelo, a ausência... e acreditar nos lindos raios de sol que estão para chegar.

    Jinho doce e perfumado*

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  18. Essas certezas pequenas, que são pequenas chamas que fazem derreter o manto de gelo... uma nova vida surgirá!!!

    Bjs carinhosos

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  19. Esse frio causado pela ausência só pode ser comparado ao frio que se sente todas as manhãzinhas quando vou trabalhar.

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  20. Breve, mas belas as tuas palavras, formando no seu conjunto, uma melodia de "ausências" angustiantes, carregada de sentimentos à flôr da pele!

    Vida de Vidro, quero dar-te os meus parabéns, em especial, pela fotografia que acompanha este poema.
    É magnífica.

    Voltarei sempre que poder.
    Daniela

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  21. Excelente o teu espaço, com fotos belíssimas e textos de uma poesia sensível e tocante. Parabéns, vou voltar, pois gostei do que vi. Um abraço afetuoso e uma tarde bonita pra ti.

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  22. Escreveste magistralmente este vento..Parabéns!
    Um beijo sempre presente Vida:)

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